Porquê ensinar e aprender práticas manuais?
Que impacto têm o conhecimento vernacular, a aptidão e a destreza manual no desenvolvimento humano e das sociedades?
Pretendemos provocar discussões sobre os benefícios da prática artesanal numa perspetiva mais abrangente. Como é que a actividade manual impacta a educação das crianças? De que forma a experiência artesanal contribui para a interação social? Como pode um artefacto feito à mão contribuir para o empoderamento individual? Pedimos aos nossos convidados que partilhem as suas descobertas.
Como estamos a garantir a continuidade do conhecimento prático?
Que modelos, formatos e oportunidades estão em curso? (Aprendizagem informal / não-formal / formal)
Analisando mais de perto o panorama português da aprendizagem artesanal, convidamos intervenientes envolvidos em iniciativas privadas e públicas a partilharem connosco a sua visão sobre a sua própria prática e o contexto nacional. Pedimos que partilhem a sua opinião sobre os prós e contras dos formatos e modelos existentes. Além disso, queremos compreender melhor os obstáculos que enfrentam e os seus planos para o futuro.
Como preservar o ensino do saber-fazer artesanal mantendo o seu valor cultural e relevância social?
O nosso objectivo com este Fórum é estabelecer um terreno comum para ideias colectivas sobre o futuro da educação . Seja ao focar-se em actividades para crianças, desde os mais pequenos até à adolescência, ou em cursos profissionais e workshops de práticas tradicionais, todas estas vertentes são relevantes para manter o conhecimento artesanal vivo.
Queremos ouvir as vossas ideias.
Como deveriam ser os próximos passos para garantir uma continuação sustentável?
O que precisamos para garantir a continuidade?
Vamos, colectivamente e em modo análise e reflexão, explorar temas específicos, formando pequenos grupos de trabalho para discutir cenários e gerar ideias que possam optimizar o futuro da transmissão do saber-fazer.
O esparto é uma fibra vegetal rígida. Esta oficina propõe conhecer melhor o esparto enquanto material útil e durável, através das técnicas e das suas aplicações. Explorando assim as suas potencialidades expressivas e criativas.
A primeira parte da oficina consiste em agrupar a fibra em ramais ou 9 molhes para ser entrelaçados e formar uma tira de cerca de 1 metro. Esta tira é depois cosida para construir um objecto original.
O segundo dia de oficina (domingo) será dedicado à paisagem onde cresce o esparto e a aprender sobre a colheita e preparação da matéria-prima.
Oficina promovida pela DGARTES / Programa Nacional Saber Fazer.
O bunho cresce nas zonas alagadas e é um material quase perfeito: purifica as águas onde habita, acolhe a nidificação de aves, é muito leve e suave ao toque, para além de ser um óptimo isolante térmico e acústico. Para ser trabalhado, não necessita mais que um par de semanas ao sol. O empalhamento de cadeiras e bancos é uma arte ancestral presente em todo o território ibérico. É uma técnica simples e acessível, com múltiplas variantes, que proporciona liberdade criativa mesmo para os iniciantes. Nesta oficina vamos empalhar um banco que cada aprendiz levará para utilizar não apenas como um assento, mas também como um símbolo de aprendizado e da continuidade da arte.
O bunho cresce nas zonas alagadas e é um material quase perfeito: limpa as águas onde habita, acolhe a nidificação de aves, é muito leve e suave ao toque, para além de ser um óptimo isolante térmico e acústico. Para ser trabalhado, não necessita mais que um par de semanas ao sol. O mobiliário de bunho é uma arte que ainda persiste no centro de Portugal. Não se conhece a sua origem mas sabe-se que os modelos feitos pelos artesãos desta região é idêntico aos feitos por artesãos no México. No momento há apenas dois artesãos do bunho mas recentemente começaram a receber aprendizes. Nesta oficina vamos aprender sobre o material e experimentar várias técnicas, da produção de esteiras ao entrelaçado. Com uma agulha própria para trabalhar o bunho, vamos fazer uma “almofada” (usada antigamente como assento nos espetáculos públicos).
O vime é das fibras vegetais mais utilizadas na cestaria tradicional na europa. É leve, flexível e muito duradouro. Com ele fazem-se os mais variados objectos, desde cestos a mobiliário. Nesta oficina vamos fazer um clássico cesto com asa.
Os cesteiros da ilha de São Miguel no Açores têm um modo sofisticado de criar os seus cestos: trabalham com as mãos e com os pés ao mesmo tempo. Deste modo conseguem dar forma aos seus cestos sem usar moldes e outras ferramentas normalmente usadas na produção de cestaria de vime. A cestaria de vime dos Açores é ainda rica em modelos originais de grande beleza, como é o caso dos trevos e lancheiras tradicionais. Nesta oficina vamos usar o corpo e aprender estas técnicas para fazer um cesto com asa.
A cestaria de cana, tradicional no sul de Portugal, produz utensílios amplamente usados nos trabalhos da terra e do mar. A cana é abundante, muito resistente, mas difícil de trabalhar. A sua leveza, flexibilidade e durabilidade inspirou a criação de artefactos que vão dos cestos, aos brinquedos e instrumentos musicais. Nesta oficina vamos aprender sobre o material, a diversidade de objectos que se podem produzir com cana e fazer um cesto com tampa — uma peça icónica e imortalizada pela actriz Jane Birkin.
A empreita de palma é uma arte centenária do Algarve. Esta arte faz uso de uma planta autóctone (a palmeira anã) para produzir utensílios do dia-a-dia e destaca-se pelas suas infinitas possibilidades. Primeiro aprende-se a entrelaçar uma tira de palma com várias técnicas e depois cose-se a tira em espiral para fazer bolsas, capachos ou o que a imaginação e a prática permitirem. Nesta oficina vamos aprender a entrelaçar e coser a palma, e fazer uma alcofa.
A exposição “Produção artesanal portuguesa: a atualidade do saber-fazer ancestral”, tem como fio condutor a missão que preside ao Programa Nacional Saber Fazer Portugal, colocando em evidência o reconhecimento da atualidade e relevância para a sociedade contemporânea da produção artesanal apoiada em conhecimentos ancestrais. O conjunto de artefactos apresentados é uma seleção conduzida pela representatividade das características fundamentais inerentes às artes artesanais, pela diversidade de matérias-primas e da sua ligação aos territórios, pela diversidade do trabalho representado e pela abrangência do território nacional, que aqui se enriquece com a integração de algumas peças produzidas em Odemira, reforçando algumas das características destacadas como diferenciadoras da relevância da produção artesanal. O projeto curatorial é da responsabilidade da Direção-Geral das Artes, através do Programa Nacional Saber Fazer Portugal, com consultoria da The Home Project Design Studio.
A exposição Artefactos dos Açores propõe uma imersão na cultura e na criatividade artesanal da produção artesanal açoriana. Apesar da originalidade e exotismo que as caracterizam, as artes tradicionais dos Açores continuam mal conhecidas no território nacional. Com esta pequena coleção de objectos da cultura material açoriana, pretendemos despertar a curiosidade sobre a diversidade da paisagem insular e dos trabalhos que ela inspira. Convidamos os visitantes a descobrir em cada peça, não apenas a habilidade e beleza estética, mas também uma identidade própria nos modos de fazer e usar.
Informação em breve
Um convite para saber a história como as telas das pinturas de El Greco, Tiziano, Velázquez e outros grandes mestres foram tecidos. Um capítulo que se junta a ‘technical art history’.
Oficinas de experimentação de construção da viola campaniça.
O esparto é uma fibra vegetal rígida. Esta oficina propõe conhecer melhor o esparto enquanto material útil e durável, através das técnicas e das suas aplicações. Explorando assim as suas potencialidades expressivas e criativas.
A viola campaniça é uma das oito tipologias de viola de arame portuguesas. Originária do baixo Alentejo, é a viola de arame portuguesa de maiores dimensões, sendo as suas dez cordas dedilhadas apenas com o polegar. A campaniça transporta um forte cunho identitário da sua região, singularizando-se por acompanhar o cante de improviso. Esta oficina de construção tem por objetivo dar a conhecer as etapas básicas da construção da viola campaniça, mostrar os diferentes tipos de madeira utilizados, proceder à execução do tampo e fundo da viola e aprender as técnicas empregues para curvar a madeira permitindo dar corpo às ilhargas do instrumento.
Oficina promovida pela DGARTES / Programa Nacional Saber Fazer.
O projeto RODA em RODA, uma criação de Mariana Dias Coutinho, reúne no anfiteatro Cerro do Peguinho, 7 ceramistas locais (Joana Sarmento, Luísa Eichhorn, Mariana Dias Coutinho, Mariana Mota, Maya Fernandes Kempfe, Sara Serrão e Tiago Jesus) para publicamente apresentarem a criação colectiva de uma colecção de objetos realizados com roda de oleiro.
O projeto, promovido pela CACO, pretende instigar uma valorização do ofício da olaria, uma actividade que no passado estava muito presente no concelho de Odemira. A performance realizada por ceramistas locais ”não-oleiros” dará a oportunidade de se conectar com essa prática, assistir ao vivo à criação de esculturas e ainda permite à experimentação do público.
Criação artística e coordenação de Mariana Dias Coutinho
Direcção musical de Nuno Salvado
Após uma breve introdução ao material barro vamos conhecer as principais técnicas da escultura cerâmica.
Cada formando vai criar uma escultura de cerca de 20 cm de altura.
O curso destina-se à principiantes, não é preciso conhecimento prévio!
O preço inclui materiais e cozedura das peças.
Vamos criar uma peça cerâmica de grande formato, representando o Torso Feminino. Aulas com modelo nu ao vivo. Experiência prévia com o material barro necessário. O preço inclui materiais e cozedura das peças
O novo espaço para Centro de Valorização da Viola Campaniça e Canto de Improviso em São Martinho das Amoreiras, a inaugurar no dia 15 de junho de 2024, reveste-se de importância decisiva na estratégia de manter e valorizar o nosso património imaterial como a viola campaniça e o cante de improviso, sendo crucial e decisivo na identidade cultural local e no fortalecer do sentido de comunidade. Este património é parte importante da herança cultural de São Martinho das Amoreiras, de Odemira e do Alentejo, representando séculos de história e prática musical.
Para além desta componente de valorização da identidade local e do fortalecendo o vínculo entre a população e sua herança cultural importa sublinhar que, ao fazer dessas tradições uma imagem de marca do território, Odemira está não apenas a preservar uma parte significativa de sua história, mas também a criar um vetor de atração para visitantes e turistas, dando a conhecer esta parte do concelho, as suas belezas e potencialidades.
Esta aposta do Município de Odemira na cultura local impulsiona o turismo e estimula o desenvolvimento económico e social da região. Além disso, o CVVCCI servirá como um espaço educativo de formação e partilha, promovendo o interesse e a prática, deste património, entre as novas gerações.
Em resumo, a inauguração do centro representa um compromisso do Município de Odemira através da valorização cultural e o desenvolvimento da região, tornando-se uma aposta clara na valorização do património imaterial da região.
Conversa informal Viola Campaniça, lançamento da Rota da Viola de Arame e apresentação do Livro, momento musical.